A propósito deste artigo, relembro a minha viagem ao médio oriente em 2009, com passagem pelo Libano, Siria (neste caso destaco a visita a Palmira), Jordânia, Israel e Palestina.
Palmira foi dos locais mais incríveis que tive o privilégio de conhecer. No meio do deserto, em que para lá chegar a viagem foi longa num autocarro cheio… Eu não tinha lugar, sentei-me “tablier” do autocarro, de costas para a estrada de frente para os tripulantes todos. Era o único estrangeiro – isso foi gáudio de alguns e de olhares curiosos da maioria – Carregava um recem aparado bigode, que ainda mais contribuiu para a palhaçada.
– “you are Arab!”
– “No I’m not”
– “you look like Arab!”
hahahah!! Longas horas de viagem sempre a rir numa deliciosa onda. Que saudades dessa viagem pelo Médio Oriente… Palmira estava como o tempo a deixou. Sem infra-estruturas “preparadas” para turistas. Sem caminhos marcados ou levitados em aço e madeira, sem guardas e vidros por cima de arqueologias. Sem sinais de aviso e paternalistas do que podemos e não podemos fazer, sem cobrar pela curiosidade e cultura. Turistas eram zero, mas para quem conhece os países Árabes, obviamente estavam dois ou três vendedores que também eram guias turísticos e também ofereciam hospedagem e… Etc e tudo! Recuso sempre apoio dos guias, mas eles acompanharam-me mais numa de ter alguma coisa para fazer. Poupei-lhes de explicações históricas (essas vou eu pesquisar – prefiro), puxou-se mais por conversa de circunstancia. Eu de mochila e eles carregados de bugigangas, em plenas ruínas, a percorrer o que ainda facilmente se reconhecia de uma cidade desaparecida. Estava um sol arrasador em que cada momento de sombra era celebrado em conjunto no inglês possível. Os templos estavam em ruínas mas em incrível bom estado para 2000 anos de existência – Caraças, vai ser destruído e que pena a memória não ser selectiva. Trocava várias por mais dessas, desse dia, de conseguir recordar melhor imagens, detalhes. Vou perder a oportunidade de voltar…
Resistiram a tudo de forma imponente, mas à selvajaria humana já não vão conseguir.
Perde o mundo com isto
Data: 2015